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sábado, 22 de fevereiro de 2014

TAURASI 1983


 
Eduardo, atento e colaborativo seguidor de B&B, comenta “Terroir III”:

 


por falar em Taurasi, Bacco, um minuto de silêncio (e um post sobre, talvez?) pelo falecimento recente do grande Antonio Mastroberardino, que deu à Aglianico uma segunda vida.

Confesso que a vinícola Mastroberardino com 300 hectares de vinhas, quase 30 vinhos em seu catálogo e 2,5 milhões de garrafa produzida está longe de ser uma das minhas prediletas, mas Eduardo está carregado de razão quando pede um post e um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao grande viticultor campano.
 

Mastroberardino carregava, em suas costas, a responsabilidade de continuar uma atividade familiar que ininterruptamente se prolongava por dez gerações.

Antonio trabalhou até o último dia de sua vida e deixou, para seu filho Piero, uma empresa solida e os vinhos da Mastroberardino estão presente e apreciados em vários países.

  Piero Mastroberardino, como 11º sucessor, continuará a produzir Taurasi, Fiano di Avellino, Falanghina, Greco di Tufo, Lacryma Chisti e outros vinhos regionais.

Nada de Cabernet, zero Merlot, chongas de Chardonnay!
 

Mastroberardino, em meados dos anos 40 do século passado, quando a viticultura regional estava praticamente destruída lutou contra a “modernização” das castas que os técnicos sugeriam e convenceu muitíssimos pequenos produtores que o caminho da Irpinia eram as uvas autóctones.

A sabedoria de Antonio Mastroberardino deu certo: a Irpinia é hoje um exemplo a ser seguido e seus vinhos possuem identidade, terroir, tradição, qualidade.

Sua estrela maior, desde sempre, o Taurasi, que é produzido com uvas Aglianico, continua sendo   um dos melhores vinhos da Itália e do mundo.

Por uma feliz coincidência, ontem, 20 de fevereiro, almocei no ótimo Lord Nelson em Chiavari.

Eu uma mesa, pouco distante, Alex Molinari, proprietário do local, também almoçava na companhia de outras cinco pessoas.
 

Ao me ver Alex, gentilmente, me ofereceu uma taça de branco que estava sendo degustada em sua mesa.

“Lorenzo, que vinho é esse e quem são aqueles?”

Lorenzo, competente maitre e grande sommelier, respondeu:

“Aquele que está apresentando os vinho é o diretor comercial da Mastroberardino, a seu lado o representante da região   e os outros são proprietários de restaurantes na Ligúria. O vinho, que tenho certeza você detestará, é um Fiano”

Dito e feito: Agradeci o vinho e na primeira ocasião, sem ser notado, levantei para ir ao banheiro e pedi ao Lorenzo um outro vinho.
 

Lorenzo desceu até a bela adega do Lord Nelson, voltou com duas garrafas.

Abriu uma garrafa de tinto, a levou para a mesa de Alex e me serviu uma taça do belíssimo “Villa Margon 1990”.

O Villa Margon, ótimo branco produzido pela vinícola Ferrari de Trento, recuperou me mal tratado paladar e me fez esquecer o Fiano da Mastroberardino.

Ao terminar o almoço Lorenzo se aproximou com a garrafa de tinto que havia servido na mesa de Alex Molinari.

“Prove esse vinho”.

Provei.

“Pela cor e aroma é um vinho com alguns anos nas costas” sentenciei.
 

Lorenzo mostrando a garrafa continuou: “É um Taurasi Mastroberardino 1983 que estava escondido na adega. Uma obra prima!”

Antonio Mastroberardino sabia vinificar e como....

Grande vinho.

Aroma intenso de goudron, paladar agradável indicando que a garrafa teria ainda alguns anos de vida, elegância e austeridade próprias de grandes vinhos …Perfeito.

A melhor homenagem que poderia fazer ao Mastroberardino?
 

Antonio Mastroberardino, não há um “Super- Tuscan” “cabernemerlotizado” que chegue aos pés do seu Taurasi 1983.

Bacco

 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

ANTI TERROIR III



Nos últimos 30/35 anos muitos vinhos italianos passaram por mudanças radicais nas técnicas de vinificação e no “blend” de uvas, mas poucos foram tão agredidos quanto o Chianti.

Todos os vinhos do mundo (Borgonha, fora) sofreram ataques, por parte da indústria do vinho (grandes produtores), o que privilegiou maior concentração, cores impenetráveis, uniformidade de sabores, maciez, tempos mais curtos de maturação, madeira em profusão...... vinhos marmelada.

A mentalidade industrial esmagava, mais uma vez, a sabedoria agrícola e imolava, no altar do mercado consumidor (americano-parkeriano), tradição, cultura, identidade, território.....

 Era chegada a hora de merlotizar e cabernetizaro Chianti.

Adeus à antiga “formula” do barão Ricasoli, “vade retro” Malvasia, Trebbiano, Colorino: Chegou a hora do Chianti internacional, do Chianti com sotaque francês para americano beber.
 

Por algumas décadas deu certo, mas o mercado deu uma guinada.

 Os gostos, as tendência foram mudando; aos poucos, lentamente, continuaram mudando e não pararam mais: Hoje o consumidor não quer mais muita concentração, cores impenetráveis, álcool em excesso, muita madeira e, especialmente, percebeu que os as indústrias vinícolas lhe impuseram um incalculável número de vinhos todos iguais, vinhos que não exprimem território, vinhos sem identidade.
 

Quando o consumidor bebe um Chianti “cabernemerlotizado” é difícil diferenciá-lo de um australiano, sul africano, chileno, americano….

Simplificando: O Chianti “moderno” parece um belo prato de lasanha à bolonhesa que, para agradar aos paladares americanos, lhes adicionam meio quilo de ketchup.

Hoje o consumidor, ao beber um Chianti, quer sentir Toscana, perceber sotaque toscano, quer um vinho que lhe recorde Radda in Chianti e não Napa Valley.

O resultado?

Todo o dinheiro e tempo que a indústria do vinho gastou para vender a ideia que o bom Chianti é o Chianti com sotaque francês deverá ser reinvestido, agora, para convencer o consumidor que o barão Ricasoli tinha razão: O bom Chianti deve ser toscano, ter terroir toscano.

O caminho de volta será penoso, difícil e o “Gallo Nero”, símbolo do “Chianti Classico”, deverá lutar bravamente para reconquistar o respeito e a credibilidade perdidas, mas já se percebe um sem número de produtores que estampam na etiqueta: “Sangiovese 100%”.
 

Quando a madeira em excesso, também, sumir voltarei a beber Chianti.

 


Você que ainda acredita que há seriedade e nobreza na indústria vinícola toscana, aguarde a próxima matéria.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

ANTI-TERROIR II


 


Quando resolvi escrever a matéria “Anti-Terroir”, para demonstrar como é fácil avacalhar um terroir, optei pela Toscana, mas poderia ter me dirigido para a Sicília, Portugal, Piemonte, Espanha ou qualquer outro canto do planeta que o resultado seria o mesmo.

A escolha recaiu sobre a terra de Dante por duas válidas razões: Conheço bem a região e é difícil encontrar outro local onde o “Anti-Terroir” tenha sido tão bem executado.

Não esperava porém as críticas que imediatamente surgiram nos comentários.

Vejam:

1.    Ah seus pestes, estao censurando comentarios, que feio.

Eu ja cansei da busca sem fim pelo vinho de terroir, perfeito como a natureza o fez. Que venham os supertoscanos com 18 uvas francesas dentro desde que sejam honestamente feitos.

Tem tempranillo na toscana gostoso (caro para oscaralho) tambem.

Nao daria para ficarmos somente nas uvas dos etruscos.

Acho que tem tanta bomba de laboratorio por ai que se o vinho for bem feito, com um minimo de "mao do homem", ja esta bom.





Bacco,
Entendo sua preocupação com a internacionalização dos vinhos toscanos (mesmo que muitos deles sejam de excelente qualidade). No próximo artigo, por favor, cite o nome de alguns vinhos de produtores que você considera que ainda mantêm a tradição, e que podem ser encontrados no Brasil.
Salu2,

Os dois comentários devem ser respondidos imediatamente.

1)           Não censuramos comentários de ninguém, talvez o amigo tenha escrito algo para o Eno-E-Ventos e trocou as bolas.

2)         A matéria: Anti-Terroir, não quer encontrar ou sugerir o “terroir perfeito” quer apenas demonstrar que um terroir pode ser violentado, sepultado e esquecido.

3)         Não afirmei que os vinhos toscanos são de baixa qualidade.

4)         Cansei de procurar Chianti tradicionais com preço justo. Prefiro beber Brunello.

5)         Pequenos produtores não exportam para o Brasil. Os importadores nacionais preferem grandes nomes, marcas famosas, etiquetas caríssimos ou vinhos deploráveis, vagabundos e baratos.
 

Voltemos ao “Anti-Terroir” ....

Antes de jogar pedra em B&B, alguém já se perguntou porque castas francesas foram adotadas em países vinícolas como Espanha, Itália, Portugal onde há milhares de uvas autóctones à disposição dos viticultores locais?

A presença do Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay, Syrah, Viogner, Sauvignon, Pinot Noir etc., nos Estados Unidos, Argentina, Austrália, Chile, Nova Zelândia, África do Sul etc., é   compreensível:  Estas nações não dispõem de castas próprias e o “afrancesamento” vinícola é perfeitamente justificável, mas, puxa vida, Chardonnay no Piemonte, Cabernet Sauvignon na Toscana, Merlot na Sicília...... Pra quê?

O Chianti, por exemplo, possui uma história de terroir antiga, bonita, rara.

 B&B vai tentar demonstrar que a ganância e o imediatismo, especialmente por parte das grandes indústrias do vinho, quase desfiguraram irremediavelmente este terroir.

 

No território, do atual “Chianti Classico”, já existiam vinhas durante a dominação Etrusca e Romana, mas foi somente na Idade Média que a viticultura da região começou a conquistar uma identidade cultural e histórica (olha aí o Terroir…) que mais tarde revelou ao mundo um dos tesouros da Toscana: Um território de extraordinária beleza e de rara vocação vinícola onde o “Chianti Classico” é, desde sempre, a principal atração.

Tamanha é a importância, conseguida pelo Chianti, que em 1716 Cosimo III, Grão-Duque de Florença, emitiu um documento demarcando uma área de 70.000 hectares para a produção do vinho.

Nascia, em 1716, o precursor (ou um dos) das DOC italianas.

É preciso salientar que os 70.000 hectares, de então, correspondem, grosso modo, à atual área de plantio.

O grande salto do “Chianti Classico” foi idealizado e executado por Bettino Ricasoli.
 

O Barão Bettino Ricasoli, em 1872, “inventou” o “Chianti Classico”!

Falemos algo do grande Ricasoli.

Bettino Ricasoli, também conhecido como “Barão de Ferro”, foi o segundo Primeiro Ministro da neorrepública italiana sucedendo ao falecido Conde Camillo Benso di Cavour.

Sua rígida conduta ética, inflexibilidade e as más relações com a igreja foram obstáculos insuperáveis para uma   longa vida política do Barão Ricasoli.

O Barão retornou, então, para o castelo da família em Brolio, nas proximidades de Gaiole in Chianti, para se dedicar à produção de vinho, sua grande paixão desde a juventude.

Ao contrário de outros nobres toscanos, que viviam em Florença e que em suas propriedades agrícolas apenas passavam férias e as usavam para caçar, os Ricasoli moravam no castelo de Brolio e sempre cultivaram vocação rural.
 

É bom salientar que os Ricasoli, já em 1600, exportavam grandes quantidades de Chianti para Amsterdam e para os nobreza inglesa (há notícias de produção de vinho, pelos Ricasoli, desde 1114)

Bettino, grande e inteligente viticultor, de volta às origens, resolveu pesquisar o território, vinhas, técnicas de vinificação para encontrar um vinho que “pudesse viajar sem grandes problemas” e competir com os franceses, indiscutíveis donos do mercado.

O barão, em 1872, após quase 30 anos de pesquisa e experimentos, encontrou e fixou a fórmula do “Chianti Classico” e a revelou em uma famosa carta enviada ao Prof. Cesare Studiati da Universidade de Pisa:

“..... Confirmando os resultados obtidos já nas primeiras experiências, que o vinho recebe do Sangiovese a maior parte de seu aroma (meu primeiro e principal foco) e justa sensação de vigor; do Canaiolo a amabilidade que mitiga a dureza do primeiro, sem diminuir seu perfume por também o possuir; a Malvasia, da qual se pode abdicar nos vinhos de guarda, tende a diluir o produto das duas primeiras uvas, acrescenta sabor e maior leveza…”
 

O Barão de Ferro em 1872 realizou o “Chianti Classico” com a seguinte proporção de uvas:

70% de Sangiovese

20% de Canaiolo

10% de Malvasia (ou Trebbiano).

Através de Bettino Ricasoli e a partir do século XIX, o “Chianti Classico” conquistou prestígio, fama, prêmios e entrou, definitivamente, para a história da enogastronomia mundial.

Na próxima matéria: O fantasma do Barão Bettino Ricasoli se revolta, muda da Toscana e vai para Bordeaux......
 

Fontes:

Taccuinistorici

 Corriere dela Sera

Barone Ricasoli
PS. Vinho não tem pontuação, vinho tem história

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O ANTI-TERROIR


 


Quando escrevi sobre o território da Côte D’Or e critiquei a decisão dos viticultores de Chassagne-Montrachet que, por motivos financeiros, substituíram as vinhas de Pinot Noir pelas mais rentáveis de Chardonnay, deveria repensar e moderar minhas críticas.

 Se os franceses relaxaram um pouco e adaptaram o “terroir” às suas carteiras, o que dizer então dos toscanos, especialmente os da Maremma?

 Os vignerons franceses apenas substituíram parte de suas vinhas de Pinot Noir com outra casta: O Chardonnay, que está presente no território desde sempre.

Chassagne-Montrachet, quando e se comparada à Maremma, parece um convento franciscano.

 A Toscana vinícola, atual, poderia ser comparada à casa da mãe Joana

A Toscana recebeu da natureza dadivas que dificilmente são encontradas em outras regiões italianas.

História, cultura, arte, berço do renascimento, fascínio sem desde sempre, paisagens amenas que a cada curva da estrada se renovam...

 Poucos são os cenários tão exaltantes quanto os da Toscana.

Como se tudo isso não bastasse há uma eno-gastronomia rica e famosa em todo o mundo.

 Todos estes atrativos seduzem 8 milhões de turistas estrangeiros por ano.

É o charme da Toscana....

Mas, se a natureza foi prodiga com o território, há os viticultores toscanos que tentam, de todas as formas, desfigurar um patrimônio vinícola de rara importância.

Qual o vinho mais lembrado e que mais se identificava com a Itália?

Se você pensou no Chianti, com o clássico frasco de palha, acertou em cheio.
 

Qual vinho italiano mais badalado, respeitado e famoso do mundo?

Se você pensou no Brunello di Montalcino acertou mais uma vez.

Os toscanos sabem vender, como poucos (parecem franceses…), suas incríveis aldeias medievais, seus belos castelos, sua fascinante história, cultura, mas quando o assunto é “vinho”, extrapolam os limites do bom senso, mandam às favas o passado, a tradição, a cultura vinícola, se entregam aos modismos, ao imediatismo e elegem o dinheiro, seu rei.

Muita sede de dinheiro, muita esperteza (no mau sentido) causaram danos nem sempre reparáveis à viticultura regional.

Se tivesse que fazer uma comparação, o Piemonte, com suas milhares de pequenas propriedades, seria a Borgonha e a Toscana, dos nobres, castelos e grandes empresas vinícolas, a região de Bordeaux.

Sabe quantas denominação há de Chianti?

Nem eu......

Se eu fosse afirmar que conheço todas e que as conheço profundamente, estaria mentindo.

Há tantas, tão variadas, que nem os toscanos sabem ao certo.

Chianti Classico, Chianti Colli Senesi, Chianti Rufina, Chianti Colli Aretini, Chianti Colli Pisani, Chianti Colli Fiorentini e sei lá qual mais...

Confesso não ter o mínimo interesse em conhecer todas as denominações do Chianti , aliás, afinal existe o Chianti?

Se você tem mais de 60 anos e bebe há pelos menos 40, não reconhecerá, nas modernas garrafas, o antigo Chianti: o atual é Chianti que “parle français”
 

Na próxima matéria: Anti-Terroir II

Bacco

sábado, 8 de fevereiro de 2014

MEU VIZINHO MENSALEIRO




Se eu soubesse que o Pizzolato estava morando em Porto Venere (uma hora de Chiavari) iria visita-lo para beber um bom Pigato, Vermentino ou Cinque Terre.

Pizzolato, que de bobo não tem nada, trocou a Papuda por uma das mais belas aldeias da Ligúria e de toda a Itália.

A “villa”, da qual se descortina o panorama visível nas fotos, custa 3.000 Euros mensais.
 

Porto Venere é uma aldeia eminentemente turística com apenas 3.600 habitantes e o falante foragido já era comentado por todos.
 

Quem aluga uma casa por 3.000, na crise atual, que assola a Bota, quer ser descoberto.

 

Assim, Pizzolato trocou o Pigato da Ligúria pelo Lambrusco de Modena.

Bacco

  

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

B&B ,O MAINARDI DO VINHO




Peço licença para responder ao comentário reproduzido abaixo.

    1.  nônimo31 de janeiro de 2014 06:41

Ao dizer que passeei pelo blog, do verbo passear, eu disse que cliquei em vários posts, e não vi nada que não fosse menosprezar outras opiniões, ou outras pessoas. Acessei o link do Enoblogs para vir aqui, e não achei que acrescenta nada. São apenas acusações com o intuito de ganhar fama. Parece o Diogo Mainardi. Nenhum vinho comentado. Pelo menos, não que VOCÊ tivesse provado e comentado.

Então, Diogo Mainardi do vinho, sous-bois é aroma natural da fruta, tem em todos os Pinot Noirs do mundo!!!
Traduzir pra italiano não muda o fato de que é um aroma resultado de micro-organismos que agem no vinho. Inclusive, a Brettanomices.

E ao amigo anônimo que tomou inúmeros vinhos naturais: em primeiro lugar, vinho natural não tem certificação. Daí, muitos produtores podem colocar SO2 e chamar seu vinho de natural. Em segundo lugar, estes aromas tendem a se intensificar com o tempo. Uma garrafa com 2 ou 3 anos pode não ter desenvolvido aroma em escala suficiente para que você sentisse o cheiro.

Fui

 

O leitor anônimo,” Ma non Troppo”, acessou B&B através do Enoblog” e nos acusa de apenas atacar outras opiniões sem nunca comentar um vinho sequer.

Nossos leitor irado tem razão em vários pontos.

B&B tem, como prioridade, a intenção explicita de atacar os picaretas que impunemente escrevem eno-bobagens em blog, revistas, sites etc.

B&B nasceu justamente para que houvesse, na crítica brasileira, pelo menos, uma voz livre, descompromissada e sem receio de desmascarar falsos especial$ta$ do vinho que sistemática e descaradamente apenas elogiam vinícolas nacionais e importadores.

 B&B não balançou a cabeça concordando com a campanha que tentou enganar os consumidores afirmando que nosso espumante é o segundo melhor do mundo.

B&B esculhambou o “melhor sommelier do Brasil” (imagine o segundo….) que encontrou “Ouriço do Mar “e “Peixe de Rio” numa taça de vinho.

B&B ridicularizou blogueiros que percebem aroma de salame, presunto cru, moringa, crina de cavalo molhada e outras sandices do género, em garrafas de tinto ou de branco. 

B&B detona os predadores nacionais (produtores e importadores) que metem a mão no bolso dos consumidores cobrando preços absurdos por garrafas muitas vezes banais.

B&B não tem patrocínio, rabo preso, compra as garrafa que bebe e nem deve favores a quem quer que seja no mundo do vinho.

B&B teria vergonha, por exemplo, em afirmar que o Pinot Noir produzido, por um fotógrafo narcisista, em terras gaúchas, é comparável, e supera até, os míticos Grands Crus da Côte D’Or.

B&B não lambeu bombacha, não levou e nem levará pontapé na bunda de nenhum vaselinado produtor gaúcho.

Em seus dez anos B$B descreveu centenas de vinhos sendo que grande parte deles totalmente desconhecidos no Brasil (Didu-Bilu-Tetéia nunca soube de sua existência).

Piemonte:

Fara, Sizzano, Ghemme, Boca, Lessona, Ruchè, Brachetto, Carica L’Asino, Pelaverga, Timorasso, Gamba di Pernice, Prunent, Avanà.

Ligúria:

Ormeasco, Vermentino, Pigato, Rossese di Dolceacqua, Schiacchetrà

Toscana:

Bianco di Pitigliano, Sovana, Colli di Luni, Vernaccia di San Gimignano.

Não quero continuar para não humilhar...

Sottobosco ou sous bois, como queria o “secondo me”, não é “o aroma natural da fruta”, mas de determinadas frutas silvestres que nascem espontaneamente nos bosques europeus (mirtilos, framboesas, groselhas, morangos silvestres...)
 

Nossos bosques não produzem estas variedades de frutas e seus aromas não fazem parte de nossos repertorio olfativo.

 As narinas do Didu-Bilu-Tetéia são normais, peludas, mas normais, e não saberiam perceber o odor de groselha; saberiam, porém “inventar” tal percepção.
 

Última coisa: Melhor ser um Mainardi do vinho do que um bunda mole e passar por um vexame como esse