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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

TERROIR ?



Vinho é resultado de duro trabalho, técnica, conhecimento enológico, tradição, cultura…terroir

“Terroir"....muitos citam, falam, usam e abusam, desta palavra francesa, mas poucos sabem o que é, realmente, um “Terroir”.

Leia. 

“..... É verdade que uma casta pode ser exportada e cultivada em qualquer lugar, mas é também verdade que as características especificas de um determinado território são sempre únicas e difíceis de serem encontradas alhures.

Haverá lugares símeis, mas nunca exatamente iguais.

O conceito de terroir compreende a união de diversos fatores, geralmente condições criadas em função do clima, morfologia do terreno, altitude e exposição solar, características geológicas do solo, dos elementos minerais e orgânicos que o compõem, drenagem, de leveduras autóctones típicas do lugar e, finalmente, mas não menos importante, o conhecimento e a cultura enológica adotada na produção do vinho”

O terroir, então, é um conjunto de diversos fatores típicos, de um território muito limitado e de características únicas.

Exemplo: Dois vinhos produzidos com mesma uva e pelo mesmo produtor, mas provenientes de vinhedos diferentes, serão, sem sombra de dúvidas, diferentes.

O franceses estão certíssimos ao afirmar e reconhecer a diversidade de cada vinho em base ao lugar de origem.”

Este texto foi “pescado” no excelente site italiano “DIWINE TASTE”.

A descrição é tão correta, precisa, que decidi traduzi-la literalmente.  

Quando afirmo e repito, quase “ad nauseam”, que para falar de vinho é preciso conhecer, bem, a região onde é produzido, não é apenas uma cantilena, mas uma verdade insofismável.

Pode alguém falar, por exemplo, do vinho “Criots-Bâtard- Montrachet”, suas características, sua raridade, sua excelência, sem conhecer os 1,57 hectares onde é produzido?

 


Certamente, não!

O crítico (especialmente o tupiniquim que não tem nem a pálida ideia da localização do Criots) na degustação poderá pontuar, elogiar, se entusiasmar, mas não conseguirá viver, sentir, transmitir e “revelar” todas as emoções que este Grand Cru pode proporcionar.

Raras e esporádicas degustações não são suficientes para poder “entender” o vinho.

Todos os Grands Crus da Côte de Beaune, exceto o Corton Charlemagne, se encontram naquele 1.500  metros de comprimento  x 500/600 de largura nos territórios de Chassagne e  Puligny.

 É prazeroso, para os apreciadores de grandes brancos, percorrer este curto, mas fascinante percurso; é caminhando pelas vinhas que se torna mais fácil entender o complicadíssimo conceito de terroir.

Caminhemos, então, saindo da pracinha do monumento ao viticultor, de Puligny até Chassagne.
 

Vencendo pouco mais de 300 metros já nos deparamos com as vinhas de Chardonnay que originam alguns dos melhores brancos (para mim os melhores) do planeta.

Quando deixamos, para trás, as últimas casas de Puligny a estrada se afunila e nos revela   os primeiro filares da denominação Puligny-Montrachet.

O Puligny-Montrachet é uma denominação inferior aos Premiers Crus e, apesar de apresentar boa qualidade, especialmente, quando e se comparada àquela quase insultuosa dos Chardonnay que infestam o planeta, tem preço bem mais baixo (- 50%) de um Premier Cru.

 Caminhando, mais uma centena de metros, alcançamos os dois primeiros Grands Crus: “BIENVENUES-BÂTARD-MONTRACHET” e “BÂTARD-MONTRACHET”.

À direita da estradinha, confinado com os Gras Crus, o ótimo Premier Cru “LES PUCELLES”.

Aqui começa a fazer sentido os conceito francês de terroir e climat: 5 metros, apenas 5 metros, fazem a diferença.

Você não acredita?

Prove um Bâtard-Montrachet e, em seguida, beba um Puligny-Montrachet.

Ao terminar a comparação, se tiver vontade, me escreva comentando.

Nossa caminhada está apenas começando.

 Percorrendo a mesma estrada, sempre em linha reta, há 200 metros nos espera um trevo.

Exatamente no trevo encontramos, confinando com Bâtard-Montrachet, o mítico “MONTRACHET” e um ótimo Premier Cru: “LE CAILLERET”.

Antes de dobrar à esquerda e seguir rumo à Chassagne, devo recordar que, continuando em frente, margeando Le Cailleret e Montrachet, alcançamos o último Grand Cru de Puligny: “CHEVALIER-BÂTARD-MONTRACHET”.

Em pouco mais de 500 metros, como vimos, encontramos todos os Grands Crus de Puligny e alguns de seus melhores Premiers Crus.

Na próxima matéria: “LE MONTRACHET”, “CRIOTS-BÂTARD-MONTRACHET” e outros ótimos Premiers Crus.

Bacco

5 comentários:

  1. Bah-Co,

    Sabia que em varias culturas tambem ha o conceito de terroir? Sao as mesmas coisas; varios fatores que em maior ou menor peso dao toda boa ou ma caracateristica a fruta/produto. Cafe tambem vai de metro em metro (nas melhores areas). Cafe ruim pode ter 40 km de fazenda que nao muda nada.

    Portanto, meu filho, sorte nossa que ha pesquisadores no mundo estudando (ciencia recente, com tecnologia recente e resultados a longo prazo) o que realmente determina e em que proporcao o produto final.

    Terroir ha no Brasil tambem em dengue. Casas vizinhas tem dengue e outras nao. Fenomeno fantastico nao? Na verdade os cientistas desmancha prazeres 'descobriram' que caixa d'agua aberta, vaso com agua e pneu velho sao otimas fontes de vida ao mosquito.

    Vai ser um dia triste a Jean Pierre Sapo quando descobrirem com exatidao os componentes escondidos do otimo vinho dele. Patogenos sao o que resta agora para fechar o puzzle ja que solo (permeabilidade, composicao, inclinacao), exposicao a luz, precipitacao e chifre de boi moido ja sao um fato. Principalmente o chifre de boi, muito importante (li isso no blog do seu idolo, Bilu Teteia).



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  2. Vc consegue ler, sem vomitar, o blog do meu ídolo?
    Eu tento , tento, tento tanto ,mas no fina.....l Bleaaaaarghhhh

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  3. Tive a oportunidade de invadir o vinhedo do famoso Romanée Conti poucos dias após o fim da colheita (não havia ninguém tomando conta). Pude encontrar parreiras com alguns cachos deixados nos três braços. Para meu espanto a uva de cada braço era nitidamente diferente das outras! E a diferença entre fileiras também era fácil de ser notada. Tive de admitir que esse conversa de terroir não é lorota de francês.

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    1. Affonso,

      na verdade voce viu coisas que nao tem muito a ver com terroir. Toda arvore frutifera ou ate arbustos menores, legumes, e ate plantas de vaso tem galhos e ramos que sofrem mais competicao, recebem mais ou menos luz, estao mais acima ou abaixo (microclima de manha ou de tarde esta mais frio ou mais quente) e por ai vai. Ja ouviu falar de ramo ladrao? Japones que se preza poda ramo ladrao das arvores frutiferas o dia todo.

      Tambem existem coisas chamadas manchas de solo. Estrutura diferente, fertilidade variavel, drenagem, compactacao.... tudo isso influencia na aparencia, peso, volume, quantidade de acucar....

      Por que nao fez igual a bom brasileiro e arrancou uma parreira para por na mala e mostrar de recordacao??



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    2. Porque talvez eu não seja um bom brasileiro. Tomei muito cuidado para não danificar nada, e sabia que as uvas que restaram não seriam utilizadas mesmo.

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