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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

OS VINHOS DO BACHELET


 

 
Nesses anos, em que a crise atinge grande parte da Europa, parece um contrassenso quase implorar, reservar com muita antecedência, não discutir preço e ficar feliz, quando, finalmente, se consegue comprar algumas garrafas de vinho do Jean Claude Bachelet.

A crise que golpeou com força, restaurantes, bares, hotéis, lojas de roupas, de sapatos, supermercados, montadoras e quase todos os segmentos da economia, parece apenas arranhar o mundo dos grandes vinhos.

Não há crise que atinja bons produtores de Barolo, Barbaresco, Brunello, Champagne e de outras grandes denominações,

 Caso clássico: Os viticultores da Borgonha continuam vendendo, sem problema, seus “Premiers Crus” e “Grands Crus”.

Produtores de Barbera, Beaujolais, Bardolino, Hautes- Côte-de-Beaune, Corbière etc. precisam matar um leão por dia para escoar suas garrafas que, amontoadas e empoeiradas, esperam compradores

 O reverso da medalha: Os produtores de Montrachet, Bâtard-Montrachet, Criots-Bâtard-Montrachet, Corton- Charlemagne, Bienvenues-Bâtard-Montrachet, Chevalier-Bâtard-Montrachet, tiveram dois anos de escassa produção por problemas climáticos e, nossos amigos da Côte D’Or, sem dar muita bola para a crise e a falta de dinheiro, simplesmente, aumentaram os preços de seus vinhos em 10 ou 15%.

Não é de se estranhar, então, que precisei da ajuda de Massimo Martinelli para conseguir comprar duas garrafas de Montrachet de seu amigo Renè além de entrar na fila para poder levar para casa os extraordinários vinhos de Jean Claude Bachelet.

Os Bachelet possuem 10 hectares de vinhas e produzem 50/60 mil garrafas por anos;60% são de vinho branco e 40% de tinto.

A “sorte” dos Bachelet consiste no fato de sua Domaine se “esparramar” por extraordinários Premiers Crus e Grands Crus, nos territórios de Puligny-Montrachet, Chassagne-Montrachet e Saint-Aubin.

Em Puligny-Montrachet, os Bachelet são proprietários de vinhas no Grand Cru Bienvenues-Bâtard-Montrachet no Premier Cru “Sous le Puits”.

 Em Chassagne-Montrachet a família possui vinhas nos Premiers Crus "Les Macherelles" "La Boudriotte" e "Blanchot Dessus”.

Saint-Aubin os Bachelet colhem uvas em seus Premiers Crus: "La Châtenière”,"Le Charmois" "En Remilly”,"Les Murgers des Dents de Chien”,” Les Frionnes”, “Les Champlots”.

A Domaine se estende por ótimos terrenos, porém os Bachelet produzem pequenas quantidades de grandes brancos (Bienvenues-Bâtard-Montrachet apenas 600/700 garrafas).

 A produção é quase toda reservada para os clientes fiéis ou exportada (Os Bachelet exportam 60% de seus vinhos)

Há mais um pormenor: Os vinhos dos Bachelet ostentam uma ótima relação custo-qualidade.

Os Grands Crus não são fáceis de encontrar e, por isso mesmo, não são baratos....
 

Quando afirmo “não são baratos” excluo da lista as deploráveis garrafas gaúchas que, pasmem, custam mais do que os insuperáveis vinhos da Côte D’Or.

Exemplo?

Aquele ridículo produtor que, apesar de sexagenário, ainda usa um risível e unto rabo de cavalo nos cabelos.

O “guru”, dos e eno-patetas-tupiniquins, aumenta o preço de suas garrafas na exata proporção em que seu estoque diminui.

Se os Bachelet usassem o mesmo ridículo expediente do Betu, uma garrafa de Chassagne-Montrachet “La Buodriotte”, no final de abril, quando o estoque está próximo do zero, custaria, não os normais 25, mas astronômicos 500 Euro.

Exemplo 2: O Villa Francioni, aquele intragável Chardonnay catarinense (tente beber na temperatura ambiente...Pior do que Coca-Cola quente) custa R$ 90, um Saint-Aubin Premier Cru Les Champlots, do Bachelet, 26,60 Euro.

 
 

Pensei em descrever os vinhos degustados do Jean Claude Bachelet, mas tive receio de me transformar em um novo Gladson e seu salame.

Motivo? Há tantos aromas, emoções (Roberto Carlos?) para descrever que um salame seria pouco......
 

Decidi, então, descrever, na próxima matéria, detalhes de vinificação e terrenos onde foram produzidos

Até breve

Bacco.

OS. Vinho tem história e não pontos.

 

5 comentários:

  1. Voces que nao estudaram muito na vida e estao a toa nesse mundo (viva a expand que deu tanto emprego e $$ a tanta gente sem diploma) deveriam experimentar o vinho da copa de 2014.

    Sensacional. Eu adoraria saber como um vinho desses foi selecionado dentre os muitos icones brasileiros...

    PS: Ha setores que estao MUITO BEM na europa: Mecanicos de carros, alfaiates que consertam roupas, bicicletas/oficinas.... lojas que vendem artigos chinos de 2.00 EUR... Na desgraca de muitos sempre ha oportunidades para alguns.

    Desejo um 2014 com muito vinho nacional na mesa de voces.




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  2. Muito obrigado pelos elogios e retribuo um feliz 2014 com um desejos 1) Jantando o salame do Gladson, acompanhado por uma taça de Chapinha Branco Suave, na praia de Copacabana cercados por 2 milhões de pessoas sendo que 387.000 com problemas intestinais iminentes.
    saluti

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  3. Esse Gledston seria um generico do idolo maximo, Didu Bilu Teteia? Se parecem.

    Em 2014 vou ganhar muito $$$ para finalmente poder comprar um betu chardonnay.

    B&B nos picaretas!!

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    Respostas
    1. Fiquei sabendo que você já tirou uma foto com o rabo-de-cavalo. Conta a verdade, vai! Já foi abduzido?

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