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terça-feira, 17 de setembro de 2013

O GAVI




Na matéria anterior me limitei a comentar o Cortese como casta.

Gostaria, agora, de escrever algo mais sobre o grande vinho piemontês, a DOCG “GAVI” e seus produtores.

Gavi e outras 10 cidades da região, compõem o território onde é permitida a denominação: GAVI.

Gavi, cidade localizada no sul do Piemonte, na província de Alessandria, doa, desde 1998, seu nome à prestigiosa DOCG.

O Cortese faz parte da historia deste território desde a idade média, mas somente no final do século XVII a casta “Cortese” é claramente citada e encontrada em livros.

O vinho da região nunca mereceu grandes atenções por parte dos viticultores locais que privilegiaram, sempre, a quantidade em detrimento da qualidade.

A enorme produção local era consumida, como vinho de mesa, nos bares e restaurantes da vizinha Ligúria e as grandes vinícolas (Martini & Rossi, Cinzano, Gancia) compravam boa parte do Cortese para produzir espumante e utilizá-lo como base para o Vermouth.

A CORTESE , assim como outras grandes uvas brancas italianas (Garganega, Verdicchio), estava fadado a ser vinho barato ,de “combate” e inundar as prateleiras dos supermercados.

No final dos anos 60 alguma coisa mudou: As grandes vinícolas deixaram de comprar o Cortese, pois haviam encontrado nova fonte de abastecimento, com melhores preços, no Oltrepò Pavese. 

Era a crise!
 

Algumas cabeças mais esclarecidas decidiram que algo precisava ser feito.

Perceberam os desmandos e a quase irresponsabilidade que cercava a vinificação do CORTESE e chegaram à conclusão que tudo deveria mudar.

Novos clones são selecionados e plantados nos melhores terrenos, a exposição solar é a correta, a quantidade de uva colhida diminui drasticamente, a colheita é mais cuidadosa e..... Em 1974 nasce a DOC  e em 1998 a DOCG.

Hoje o GAVI é vinificado somente com uvas Cortese provenientes de vinhas plantadas em uma área de 1.075 hectares, área esta que se espalha por 11 municípios da região.

200 são os viticultores, 64 as vinícolas engarrafadoras e 8 milhões são as garrafas anuais.

O GAVI a partir dos anos 70 conheceu, então, o sucesso, a fama mundial e fez a fortuna de inúmeros produtores.

Quem acha que somente no Brasil há predadores vinícolas está redondamente enganado: Na Itália dos vinhos, também, circulam com desenvoltura produtores iguais aos Miolos, Saltons, Carraros, Geisses, Galvões Buenos etc.

Os predadores italianos , assim como os nossos gaúchos , estão mais preocupados com lucros e contas bancárias do que seriedade e visão de longo prazo.

Quem pensou em Antinori, Banfi, Frescobaldi não deve esquecer, por exemplo, a piemontesa “La Scolca”.

Na próxima matéria: Como quase se destrói uma denominação

Bacco

 

 

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